sexta-feira, 14 de maio de 2010

STANLEY KRAMER (1913-2001)


Stanley Kramer Nova Iorque, 29 de Setembro de 1913 — Los Angeles, 19 de Fevereiro de 2001) foi um diretor e produtor de cinema americano. Durante sua vida artística foi indicado a 9 Oscars por filme e direção, ganhou 23 prêmios e recebeu mais 21 indicações para outros prêmios de cinema. Foi descrito pelo também diretor Steven Spielberg como "um de nossos maiores cineastas, não apenas pela arte e paixão que colocou nas telas, mas também pelo impacto que teve na consciência do Mundo".

Juventude

Kramer viveu com a avó no bairro de Manhattan conhecido como Hell's Kitchen (Cozinha do Inferno). Desde jovem, Kramer teve conexões com a indústria cinematográfica; seu tio, Earl Kramer, trabalhou da distribuição da Universal Pictures e depois como agente em Hollywood. A mãe de Kramer também trabalhou como secretária na Paramount Pictures. Kramer cursou a DeWitt Clinton High School no Bronx e a New York University; no último ano da universidade foi-lhe oferecido um estágio pago no Departamento de Redação da 20th Century Fox. Kramer aceitou o trabalho, apesar de originalmente ter planejado seguir a carreira de advogado.

Em 1941 trabalhou como assistente de produção nos filmes The Moon and Sixpence e So Ends Our Night. Dois anos depois, em 1943, Kramer foi convocado para o exército, mais evitou a ida para a guerra trabalhando na unidade de filmagens do Exército em Nova York. Em 1948 Kramer organizou uma pequena companhia de produção, a Screen Plays Inc. Seus sócios na empreitada foram o escritor Herbie Baker, o publicista George Glass e o produtor Carl Foreman, que ele conheceu durante o tempo em que permaneceu na unidade de filmagens do Exército. Foi durante sua carreira como produtos que Stanley Kramer começou a ser reconhecido por seu talento.

Apesar do primeiro filme produzido pela companhia ("So This Is New York" de 1948, dirigido por Richard Fleischer), ter sido um fracasso, o filme seguinte ("Champion", dirigido por Mark Robson e estrelado por Kirk Douglas) foi um sucesso. O filme recebeu seis indicações ao Oscar: Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante (Arthur Kennedy), Melhor Fotografia em Branco e Preto, Melhor Trilha Sonora e melhor Roteiro, ganhando o de Melhor Edição. Nos três anos seguintes, Kramer produziu Home of the Brave (1949), outro grande sucesso para o produtor. Em 1950, produziu The Men (br.: Espíritos Indômitos), que foi a estréia do ator Marlon Brando no Cinema.

Columbia Pictures

Um ano depois, Harry Cohn, presidente da Columbia Pictures ofereceu a Stanley Kramer a oportunidade de fazer filmes para o estúdio. Enquanto decidia se aceitava ou não o trabalho, Kramer passou o resto daquele ano concluindo seu último filme para a produtora independente, o filme High Noon (br.: Matar ou Morrer),, um Western dramático dirigido por Fred Zinnemann. O filme foi bem recebido, ganhando quatro Oscars: Ator (Gary Cooper), Edição, Música e Trilha Sonora, bem como três indicações (Diretor, Filme e Roteiro). Em 1999, o American Film Institute colocou este filme na Lista dos 100 maiores Filmes Americanos de todos os tempos em trigésimo-terceiro lugar.

Em Outubro de 1951, Kramer acaba sua sociedade com Carl Foreman, que na época estava sendo convocado para prestar declarações sobre seu envolvimento pregresso com o Partido Comunista dentro do processo de Caça às Bruxas que assolou os EUA nas décadas de 1940 e 1950.

No período em que permaneceu na Columbia, Kramer produziu filmes como Death of a Salesman (1951), The Sniper (1952), The Member of the Wedding (1952), The Juggler (1953), The Wild One (1953) e The 5,000 Fingers of Dr. T (1953). Apesar dos filmes não terem sido considerados um sucesso, hoje são considerados bastante interessantes e muito elogiados.

Em 1953, o presidente da Columbia, Harry Cohn, e Stanley Kramer concordaram em desfazer o contrato de cinco anos que Kramer havia feito com a Columbia. Mesmo assim, com o último filme para a Columbia, Kramer estava determinado a recuperar o prejuízo de todos os investimentos anteriores feitos pela Columbia em seus filmes mal sucedidos. O filme, The Caine Mutiny ("A Nave da Revolta", no Brasil), era uma adaptação do livro escrito por Herman Wouk e dirigido por Edward Dmytryk. Kramer encontrou resistência da Marinha dos Estados Unidos, que o filme retratava, e que considerava o retrato apresentado no filme injusto. Kramer foi hábil ao negociar um acordo com a Marinha, declarando que faria o filme o mais acurado e justo possível. O elenco incluía vários atores importantes na época, como Humphrey Bogart, Van Johnson, Fred MacMurray e José Ferrer. Cohn manteve Kramer sob fortes limitações financeiras. O resultado foi extremamente satisfatório. A bilheteria de onze milhões de dólares que o filme arrecadou superou todo o prejuízo anterior dos filmes de Stanley Kramer.

Direção

Depois de The Caine Mutiny, Kramer deixou a Columbia e reassumiu sua produção independente, mas, desta vez, ocupando o papel de diretor. Nesse tempo, Kramer recupera-se através dos filmes: Not As a Stranger de 1955 e The Pride and the Passion de 1957. Felizmente para Kramer, ele consegue escapar da Lista Negra de Hollywood, que afetou a carreira de muitos membros da indústria cinematográfica durante o Macartismo. Mesmo assim, Kramer era bem conhecido por seus pontos de vista liberais e seu desejo de produzir e dirigir filmes com temas controversos. Ele dirigiu em 1958 The Defiant Ones, On the Beach em 1959, Inherit the Wind em 1960 e Judgment at Nuremberg em 1961. Todos estes filmes lidavam com assuntos sérios e desconfortáveis.

Contrastando com seus filmes anteriores, em 1963 Kramer produz e dirige uma comédia milionária e com elenco all-star, chamada It's a Mad, Mad, Mad, Mad World. Quatro anos depois, em 1967, Kramer lança Guess Who's Coming to Dinner, outro de seus filmes a constar da Lista dos 100 maiores Filmes Americanos de todos os tempos, este na 99ª posição. Especula-se que, de todos os seus filmes, este era aquele de que Kramer tinha maior orgulho. O filme, estrelado por Sidney Poitier, Katharine Hepburn e Katharine Houghton, foi o último trabalho do ator Spencer Tracy no cinema e um sucesso, ganhador de oito indicações ao Oscar (ator, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, direcão de arte, diretor, edição, trilha sonora e filme) e dois prêmios: atriz para Hepburn e roteiro. Nos anos seguintes, Kramer dirigiu filmes como Bless the Beasts and Children (1971), Oklahoma Crude (1973) e The Runner Stumbles (1979).

Dados finais

Em 1997, Kramer publicou sua autobiografia, intitulada A Mad Mad Mad Mad World: A Life in Hollywood. Stanley Kramer morreu em 19 de Fevereiro de 2001 em Los Angeles após uma pneumonia.

Filmografia
Como Diretor

Not as a Stranger (1955)
The Pride and the Passion (1957)
The Defiant Ones (1958)
On the Beach (1959)
Inherit the Wind (1960)
Judgment at Nuremberg (1961)
It's a Mad, Mad, Mad, Mad World (1963)
Ship of Fools (1965)
Guess Who's Coming to Dinner (1967)
The Secret of Santa Victoria (1968)
R. P. M. (1970)
Bless the Beasts and Children (1971)
Oklahoma Crude (1973)
The Domino Principle (1977)
The Runner Stumbles (1979)
[editar] Como Produtor
Champion (1949)
Home of the Brave (1949)
The Men (1950)
Cyrano de Bergerac (1950)
Death of a Salesman (1951)
High Noon (1952)
The Wild One (1954)
The Caine Mutiny (1954)
Pressure Point (1962)

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