sábado, 8 de maio de 2010

OLIVIA DE HAVILLAND (1916)


Olivia "Livvie" Mary de Havilland, conhecida apenas como Olivia de Havilland (Tóquio, 1 de julho de 1916), é uma famosa atriz anglo-americana nascida no Japão, duplamente agraciada com o Oscar de melhor atriz. Atualmente, com 93 anos de idade, ela vive em Paris, capital da França, para onde se mudou desde 1955.

Uma das poucas atrizes a serem contempladas em mais de uma ocasião com o Oscar de melhor atriz - a primeira foi em 1947, pela atuação no filme Só resta uma lágrima ("To Each His Own", 1946), e a segunda foi em 1950, pela performance em Tarde demais ("The Heiress", 1949) - De Havilland é a filha mais velha da atriz Lillian Fontaine, e irmã da também atriz Joan Fontaine. Sua fama veio sobretudo pela atuação no épico clássico E o vento levou ("Gone with the Wind", 1939), onde interpretou a doce 'Melanie Hamilton Wilkes'. E o vento levou também rendeu-lhe a primeira de suas cinco nomeações para o Oscar, sendo a única na categoria de melhor atriz coadjuvante. Dos quatro atores que protagonizaram o filme, ela é a única que ainda está viva, assim como também é, junto com sua irmã Joan Fontaine, uma das poucas atrizes de Hollywood da década de 30 que ainda estão vivas.

A vida

Olivia de Havilland nasceu em Tóquio, Japão. Sua mãe, Lilian Augusta Ruse (1886-1975), era uma atriz de teatro, e seu pai, Walter Augustus de Havilland (1872-1968), um advogado de patentes britânico que trabalhava no Japão. Seus pais se casaram em 1914 e se divorciaram em 1919. Sua irmã mais nova é a também atriz Joan Fontaine (nome artístico de Joan de Beauvoir de Havilland, nascida em 1917). Seu primo paterno é Sir Geoffrey de Havilland (1882-1965), pioneiro da aviação britânica e projetista do avião De Havilland Mosquito.

Em 1919, quando Olivia ainda tinha dois anos de idade, devido a problemas de saúde de Joan, que tinha anemia na época, a família teve de ir para os Estados Unidos por indicação médica. Lá, estabeleceram-se na cidade de Saratoga, estado da Califórnia. A saúde de Joan melhorou logo depois que a família emigrou. O pai voltou passado algum tempo para o Japão, e o casamento foi dissolvendo-se aos poucos.

A mãe deixara a profissão de atriz para se dedicar a educação das crianças, mas ainda assim não deixou de valorizar as artes, pois sempre lia Shakespeare para as filhas, lhes ensinava dicção e impostação de voz. Em 1925 as meninas "ganharam" um padrasto, pois sua mãe casou-se novamente, desta vez com George M. Fontaine, dono de uma loja de departamentos. Foi do sobrenome dele que anos mais tarde Joan se "apossou" para usar no nome artístico.

Olivia e sua irmã estudaram na Los Gatos High School, em Los Gatos, e no Convento de Garotas Católicas de Notre-Dame, em Belmont. Hoje a escola de Los Gatos possui um prêmio para jovens atores com o nome de Olivia. Ela participava do clube dramático da escola, e em 1933 fez sua estreia no teatro amador, no papel principal em "Alice in Wonderland", uma produção da Saratoga Community Players.

Carreira
Primeiros anos e parceria com Errol Flynn
Excelente aluna, De Havilland ganhou uma bolsa na Universidade de Mills, e ia começar a estudar lá no outono de 1934, com o objetivo de tornar-se uma professora. Mas seus planos não sairiam conforme inicialmente esperara: ela havia feito um teste para uma montagem local da peça inspirada na obra de Shakespeare A Midsummer Night's Dream, e sua performance chamou a atenção do produtor teatral Max Reinhardt, que estava preparando a sua montagem da peça para o Hollywood Bowl. Dessa forma, ela teve de renunciar a faculdade, pois decidiu aceitar o convite de Reinhardt, que a queria na peça. Assim, deu início a sua vida profissional, atuando no teatro. A atriz foi colocada como substituta para o papel de 'Hérmia', mas o lado bom de tudo isso foi que ela acabou ficando com a personagem quando Gloria Stuart, a intérprete original, teve de deixar a peça. A peça fez sucesso, sendo mais tarde transformada no filme homônimo da Warner Bros, intitulado no Brasil como Sonho de uma noite de verão, que foi lançado no ano seguinte. Embora o elenco dos palcos tivesse sido substituído em grande parte por atores da Warner, De Havilland foi convocada para repetir seu papel. A produtora ficou impressionada com o seu desempenho, e logo a atriz foi colocada sob um contrato de 7 anos. Na Warner, de vez em quando ela recebia papéis que realmente gostava de interpretar, como o de 'Angela Giuseppe' no filme Adversidade ("Anthony Adverse", 1936) e o de 'Lady Marian Fitzwalter' no filme As aventuras de Robin Hood ("The Adventures of Robin Hood", 1938).

Em 1935, ela contracenou com Joe E. Brown num filme chamado "Alibi Ike", que teve o título de Esfarrapando desculpas no Brasil, e também com James Cagney em "The Irish in Us", intitulado no Brasil como Filhinho de mamãe. Ela ainda trabalharia com James Cagney novamente, no filme Uma loura com açúcar ("The Strawberry Bonde", 1941). De Havilland também contracenou com Errol Flynn no filme Capitão Blood ("Captain Blood", 1935), que foi um grande sucesso em termos de público e crítica. Com isso, a Warner decidiu reunir a dupla em outros trabalhos, e essa parceria se repetiu em mais oito filmes, no período entre 1935 e 1941. Na época, eles tornaram-se uma das mais conhecidas duplas do ecrã. Eles estrelaram: Capitão Blood; A carga da brigada ligeira ("The Charge of the Light Brigade", 1936); Somos do amor ("It's Love I'm after", 1937);
As aventuras de Robin Hood; Amando sem saber ("Four's a Crowd", 1938); Uma cidade que surge ("Dodge City", 1939); Meu reino por um amor ("The Private Lives of Elizabeth and Essex", 1939); A estrada de Santa Fé ("Santa Fe Trail", 1940); e, por fim,
O intrépido general Custer ("They died with their boots on", 1941), o último filme da parceria Flynn/De Havilland.

A atriz deveria ter interpretado a protagonista em Meu reino por um amor, mas como se encontrava muito ocupada com as filmagens de E o vento levou ("Gone with the Wind", 1939), acabou ficando com um papel menor, e a protagonista ficou a cargo de Bette Davis, uma de suas grandes amigas com quem já havia contracenado em 1937 na comédia amalucada Somos do amor, filme com Errol Flynn que também a reuniu com Leslie Howard, quem De Havilland reencontraria em E o vento levou. Ela e Bette Davis ainda estrelariam outros filmes: depois de Somos do amor e Meu reino por um amor viriam Nascida para o mal ("In This Our Life", 1942), Graças à minha boa estrela ("Thank Your Lucky Stars", 1943) e o thriller Com a maldade na alma ("Hush... Hush, Sweet Charlotte", 1964).

Com Errol Flynn, De Havilland também ainda devia ter contracenado em O gavião do mar ("The Sea Hawk", 1940), mas encontrava-se indisponível, a filmar outro filme, sendo substituída por Brenda Marshall. Depois que a parceria foi desfeita, ela e Flynn ainda se encontraram por acaso em Graças à minha boa estrela, filme que também a reuniu com suas amigas Bette Davis e Hattie McDaniel, esta última com quem Olivia contracenou em E o vento levou, O intrépido general Custer, The Male Animal (este último de 1942, intitulado no Brasil de Assim é que elas gostam) e Nascida para o mal.

"Melanie"

Sua carreira alterou-se permanentemente quando interpretou 'Melanie Hamilton Wilkes' na adaptação cinematográfica de "Gone With the Wind", (1939), intitulado E o vento levou no Brasil, que foi a produção mais bem sucedida de Hollywood. Com 22 anos de idade, ela desempenhou magistralmente o papel de "Melanie Hamilton Wilkes", a gentil cunhada da determinada "Scarlett O'Hara", interpretada por Vivien Leigh. De Havilland e Leigh ameaçaram dominar o filme tanto que Clark Gable protestou, e o diretor George Cukor teve de ser despedido por esta razão.

Eu diria que 'Melanie' foi a pessoa que eu gostaria de ser... mas também a pessoa que eu nunca consegui ser.

Pelo desempenho como 'Melanie' ela recebeu a primeira de suas cinco indicações ao Oscar, tendo sido feita desta vez na categoria de Melhor atriz coadjuvante, embora tenha perdido o prêmio para a amiga Hattie McDaniel, que o levou pela atuação como "Mammy", no mesmo filme. Dos quatro atores principais do filme (os outros: Vivien Leigh, Clark Gable e Leslie Howard), De Havilland é a única ainda viva. Ironicamente, sua personagem é a única das quatro a morrer no filme.

Reconhecimento artístico e "Lei de Havilland"
Em 1941, ela tornou-se uma cidadã naturalizada dos Estados Unidos. Naquele ano, atuou brilhantemente no filme "Hold Back the Dawn", intitulado A porta de ouro no Brasil, drama romântico em que recebeu sua segunda indicação ao Oscar, sendo a primeira na categoria de melhor atriz principal, pela performance como a professora americana 'Emmy Brown', que, no filme, desperta o interesse do gigolô romeno 'Georges Iscovescu', (vivido por Charles Boyer), que está à procura de uma maneira de sair do México e entrar legalmente nos EUA. Bizarramente, De Havilland perdeu o Oscar para sua irmã, Joan Fontaine, que o levou pela atuação no filme de Alfred Hitchcock "Suspicion", que teve o título de Suspeita no Brasil.

Foi durante a época da indicação ao Oscar que a atriz começou a perceber seu verdadeiro potencial artístico. Ela estava se tornando cada vez mais frustrada com a qualidade dos papéis que lhe eram dados, pois sentia que que era capaz de interpretar algo mais do que as ingênuas e recatadas donzelas em perigo (como as dos filmes com Errol Flynn) que a produtora sempre lhe obrigava a interpretar.

Assim como qualquer outro ator ou atriz de Hollywood das décadas de 30 e de 40, De Havilland era uma escrava do sistema de estúdios, sendo obrigada a fazer o filme que o estúdio mandasse, e não podia recusar. Mas ela esperava papéis melhores, pelo menos depois de ter sido indicada ao Oscar por E o vento levou e A porta de ouro. Como nada do que esperava acontecia, a atriz passou a rejeitar os papéis que lhe eram dados, e começou a solicitar à Warner Bros os tipos de papéis que queria interpretar. A resposta da produtora foi seis meses de suspensão. Como a própria lei era quem permitia que os estúdios suspendessem o contrato de atores que recusassem filmes, ela realmente não pode fazer nada durante este meio-tempo. Na teoria, essa ordem permitia que os estúdios mantivessem controle indefinido sobre um contrato não-corporativo. Muitos aceitavam essa situação, enquanto poucos tentavam mudar o sistema (o caso mais notável sendo o de Bette Davis, que abriu um processo mal-sucedido contra a Warner Bros. na década de 1930).

Com interesse em trabalhar para outras produtoras, pois tinha esperança de que fora da Warner receberia melhores ofertas de papéis, a atriz não via a hora de seu contrato terminar. Quando isso finalmente ocorreu, em 1943, ela ainda foi informada de que devia mais seis meses de trabalho por causa do período em que esteve suspensa. De Havilland, apoiada pelo Screen Actors Guild, abriu um processo contra o estúdio. Durante a batalha judicial, ela ficou fora de Hollywood durante cerca de dois anos, fazendo tours para entreter feridos na guerra. E acabou sendo bem sucedida na ação judicial, reduzindo o poder dos grandes estúdios e prorrogando maior liberdade aos atores, e pode rescindir o contrato, também podendo fazer filmes em qualquer outro estúdio. A Warner, porém, nunca prometeu contratá-la novamente. A decisão judicial, conhecida como "Decisão de Havilland" ou "Lei de Havilland", foi uma das mais significativas e de grande alcance em Hollywood. Com isso, tornou-se uma defensora pioneira dos direitos dos atores. Sua vitória lhe valeu o respeito e admiração de seus colegas, entre eles a sua própria irmã Joan Fontaine, que comentou: "Hollywood deve a Olivia um grande negócio". Foi devido à luta judicial que o filme "Devotion", (no Brasil, Devoção) uma biografia das irmãs Brontë (Charlotte, Emily e Anne), e seu último filme para a produtora, só foi distribuido em 1946, com três anos de atraso.

A qualidade e variedade dos papéis oferecidos à ela começou a melhorar. Após o lançamento do filme Devoção, De Havilland assinou um contrato para três outros filmes, com a Paramount Pictures, que foram: Só resta uma lágrima ("To Each His Own", 1946), Espelhos d'alma ("The Dark Mirror", 1946) e Tarde demais ("The Heiress", 1949). Ao aceitar trabalhar no filme Só resta uma lágrima, De Havilland mostrou que realmente queria ganhar algo diferente daqueles papéis que antes fazia, e algo também que lhe permitisse uma oportunidade maior para brilhar como atriz. Neste filme ela interpreta 'Josephine (ou Jody) Norris', uma garota de cidade pequena durante a Primeira Guerra Mundial, que engravida de um piloto de avião e não pode revelar a ninguém sobre o fato; à medida que o tempo passa, ela acompanha o crescimento do seu filho de longe e, ao se afeiçoar à criança, sofre pelo fato de não poder revelar que é sua mãe. Este filme rendeu à atriz sua terceira indicação ao Oscar e sua primeira vitória, como melhor atriz principal. Na cerimônia de entrega do prêmio, ela tornou-se a dona do recorde do número de pessoas citadas (27) no agradecimento feito após ganhar o Oscar.

James Agee notou a mudança nos papéis que Olivia agora interpretava, e, numa crítica ao filme Espelhos d'alma, afirmou que "De Havilland, que sempre foi uma das mais belas mulheres do cinema, provou em seus recentes desempenhos sua capacidade de atuar". Ele também comentou que "sua performance é ponderada, calma, detalhada e bem sustentada [...]". Espelhos d'alma é um thriller psicológico que conta a história de duas belas irmãs gêmeas idênticas vividas por De Havilland: uma é gentil e amorosa, e a outra é gravemente perturbada. Um médico é morto e testemunhas afirmam ter visto uma briga entre uma das irmãs e a vítima, pouco antes de sua morte. Um detetive que investiga o caso não consegue identificar qual delas é a responsável pelo crime. Os policiais pedem a ajuda de um médico que estuda as gêmeas para ajudar a desvendar o caso.

De Havilland também foi amplamente elogiada por Na cova das serpentes ("The Snake Pit, 1948"), que citou como o seu filme preferido, e foi um dos primeiros que tentaram mostrar o retrato realista da doença mental. Ela foi louvada pela disposição que teve em desempenhar um papel que era completamente desprovido de glamour, tendo tal assunto enfrentado questões controversas. A atriz realizou pesquisas com tanta determinação que todos se surpreendiam, prestando atenção com cuidado a cada um dos procedimentos aplicados aos doentes mentais, como tratamentos de hidroterapia e de eletro-choque. Quando permitida, participou de longas sessões individuais de terapia. Atendeu a funções sociais, incluindo jantares e também promoveu bailes. Depois do lançamento do filme, a colunista Florabel Muir questionou se as instituições mentais realmente "permitiram bailes e contato com os internos, que podem se tornar violentos". Para surpresa da colunista, De Havilland, por telefone, a assegurou que a iniciativa de jantar e dar bailes para os internos foi ela mesma tomou, e mesmo sem consultar os dirigentes das instituições, pois talvez nem permitiriam.

Seu desempenho em Na cova das serpentes foi considerado por muitos como a melhor atuação de sua carreira, tendo sido recompensada com mais uma nomeação para o Oscar. Embora ela tivesse perdido o prêmio para Jane Wyman, que o levou pela atuação no filme Belinda ("Johnny Belinda", 1948), De Havilland recebeu o maior número de prêmios que ganharia por sua performance num filme, incluindo o prêmio de melhor atriz Volpi Cup no Festival de Veneza. Neste filme ela interpretou 'Virginia Stuart Cunningham', uma mulher rica que, após seu casamento, sofre um colapso nervoso e é internada num hospital psiquiátrico, mas não se lembra por que motivo ela está lá. No final ela se recupera e volta para o marido, mas se torna testemunha dos maus-tratos aos quais os internos vivem submetidos num manicômio. O filme - inovador para a época -, foi um sucesso de crítica e de público, ficando entre as dez maiores bilheterias do ano, mais precisamente na 6ª (sexta) posição. Foi um dos primeiros a mostrar o ponto de vista da sociedade em relação aos que sofrem de doença mental, e levou à legislação para melhorar os cuidados de saúde mental nos EUA.

Após assistir à peça Washington Square na Broadway, De Havilland disse ao diretor William Wyler que a história poderia dar um ótimo filme. Ele concordou e propôs o filme aos executivos da Paramount, que logo procuraram adquirir os direitos autorais da peça. Assim, foi sem surpresa que 1949 ela foi convidada para atuar como a protagonista da versão cinematográfica da peça, "The Heiress", que teve o título de Tarde demais no Brasil. Muitos da crítica especializada o consideraram um excelente filme. A história trata do drama de uma tímida jovem chamada 'Catherine Sloper', herdeira de um pai tirano, que fica dividida quando se apaixona por um pretendente que, na verdade, está apenas de olho em sua fortuna. De uma certa forma pode-se dizer que De Havilland se arriscou aceitando o papel sem brilho, tímido e desajeitado. Mas seu instito estava correto. E, graças à sua brilhante performance, foi recompensada com o seu segundo Oscar de melhor atriz, tornando-se assim uma das poucas que conseguiram ser contempladas com o prêmio em mais de uma ocasião.

Após 1950
Depois de ter ganho em 1950 o seu segundo Oscar de melhor atriz, ela foi convidada para o papel de 'Blanche DuBois' no filme Uma rua Chamada pecado ("A Streetcar Named Desire", 1951), com Marlon Brando, mas recusou, e o papel foi para Vivien Leigh (com quem De Havilland havia contracenado em E o vento levou). O filme trouxe à Leigh um segundo Oscar de melhor atriz (ela já havia ganho em 1940 pela atuação como 'Scarlett O'Hara'). De Havilland citou que a natureza desagradável de alguns elementos do roteiro era o principal motivo de sua recusa, e negou numa entrevista em 2006 que recusou o trabalho pelo fato de o seu filho recém-nascido ter alterado a experiência, tornando-a incapaz de se relacionar com o material.

Em 1952 ela estrelou o thriller "My Cousin Rachel", que foi intitulado Eu te matarei, querida no Brasil. O filme, inspirado no livro de título original homônimo escrito por Daphne Du Maurier (o livro teve o título de Minha prima Rachel no Brasil), marcou a estreia do ator Richard Burton no cinema americano.

Em 1955 a atriz decidiu deixar os Estados Unidos para viver em Paris, a capital francesa, com seu marido, Pierre Galante. Desde então ela apareceu esporadicamente no cinema, aceitando papéis em filmes apenas quando interessada.

Em 1962 publicou um livro chamado Every Frenchman Has One, sobre suas dificuldades e aventuras tentando se ajustar à vida na França, e no mesmo ano voltou às telas depois de três anos de ausência, como a mãe de uma garota retardada que queria se casar, no filme "The Light in the Piazza" que teve o título de Luz na praça no Brasil.

Quando Bette Davis e Joan Crawford viram suas respectivas carreiras serem "ressussitadas" após estrelarem o filme de suspense - quase terror - O que terá contecido a Baby Jane? ("What Ever Happened to Baby Jane?", 1962), não demorou muito para que outras atrizes de meia-idade, como Olivia de Havilland, tentassem uma segunda carreira estrelando filmes do gênero. De Havilland protagonizou o thriller A dama enjaulada ("Lady in a Cage", 1964), um filme polêmico e controverso sobre uma mulher presa num elevador, atormentada até as raias da lucura por uma gangue psicótica que rouba os bens de sua casa. Hoje considerado um clássico, o filme foi muito atacado pela crítica quando lançado por causa das excessivas cenas de violência que chocaram o público, tendo sido por esta razão banido na Inglaterra. Mas a atriz se saiu muito bem em sua performance, assim como também o ator James Caan em sua estreia no cinema no papel do líder da gangue.

Seu desempenho em A dama enjaulada chama a atenção de Robert Aldrich, diretor de O que terá contecido a Baby Jane?, à procura de uma atriz que possa ao lado de Bette Davis estrelar o suspense Com a maldade na alma ("Hush... Hush, Sweet Charlotte", 1964), no papel antes dado a Joan Crawford, que não pode aceitá-lo alegando doença. Aldrich oferecera o papel a atrizes como Katharine Hepburn, Vivien Leigh e Loretta Young, que também não puderam aceitar a oferta. Para convencer De Havilland a ficar com o papel, o diretor teve de viajar até a Suíça, onde a atriz então se encontrava. Ela aceita a oferta, e tem a oportunidade de novamente contracenar com a amiga Bette Davis. As filmagens são feitas em clima de paz, pois ao contrário do que acontecia com Joan Crawford e Bette Davis, De Havilland e Davis, como sempre, se entendiam muito bem. Quando lançado, o filme consegue chamar atenção principalmente por seu elenco de veteranos, que também inclui os nomes de Joseph Cotten e Agnes Moorehead, co-estrelas de Cidadão Kane ("Citizen Kane", 1941), e torna-se um sucesso de bilheteria, mesmo não tendo obtido a mesma que a de O que terá acontecido a Baby Jane?. Apesar de haver algumas controvérsias, muitos o acham brilhante, e assim o filme recebe nada menos que 7 indicações ao Oscar. Olivia de Havilland, em sua performance, é apontada por muitos como mais atraente do que Bette Davis. Neste filme De Havilland interpreta 'Miriam Deering', a prima pobre da estranha ricaça 'Charlotte Hollis' (Bette Davis), que vive há quase 40 anos reclusa em uma velha mansão na Louisiana, obcecada com a idéia que o fantasma de seu amante anda rondando a casa, deixando, assim, todos a sua volta apavorados. Este foi o últimos dos 5 filmes em que contracenou com Bette Davis, uma de suas grandes amigas desde os seus tempos na Warner.

Em 1965 se tornou a primeira mulher a presidir o júri do Festival de Cannes.

Olivia atuou até a década de 1980, sobretudo em televisão netes últimos anos, com destaque a sua vitória sobre um Globo de Ouro e uma indicação ao Emmy por sua performance como a Imperatriz Maria Feodorovna no filme para a TV de 1986 Anastasia: The Mystery of Anna.

Personalidade e vida pessoal
Vida familiar
Das duas irmãs, Olivia foi a primeira a se tornar atriz. Quando Joan tentou seguir a mesma profissão, sua mãe, que supostamente favoreceu Olivia, se recusou a deixá-la usar o nome da família. Assim Joan se viu obrigada a inventar um nome, tendo em primeiro Joan Burfield e, posteriormente, Joan Fontaine. Segundo o que conta o biógrafo Charles Higham em sua obra Sisters: The Story of Olivia De Haviland and Joan Fontaine, as irmãs sempre tiveram uma relação difícil, começando na infância, quando Olivia teria rasgado uma roupa de Joan, forçando-a a costurá-la novamente. A rivalidade e o ressentimento entre as irmãs também alegadamente resulta da percepção de Joan em relação ao fato de Olivia ser a filha favorita de sua mãe.

Em 1942 as duas irmãs foram nomeadas para o Oscar de melhor atriz. Fontaine foi indicada pela atuação no filme Suspeita ("Suspicion", 1941), de Alfred Hitchcock, e De Havilland foi indicada pela atuação em A porta de ouro ("Hold Back the Dawn", 1941). Fontaine foi quem acabou levando a estatueta. O biógrafo Charles Higham descreveu os eventos da cerimônia de premiação, afirmando que, como Joan avançou empolgada para receber seu prêmio, ela claramente rejeitou as tentativas de Olivia cumprimentá-la, e que Olivia acabou se ofendendo com essa atitude. Higham também afirmou que, depois, Joan sentiu-se culpada pelo que ocorreu na cerimônia de entrega do prêmio. Anos mais tarde, seria a vez de Olivia de Havilland ganhar o prêmio, em 1947, pela atuação no filme Só resta uma lágrima ("To Each His Own", 1946). Segundo o biógrafo, na cerimônia de premiação Joan fez um comentário sobre o então marido de Olivia, que ficou ofendida e não quis receber os cumprimentos de sua irmã por este motivo.

A relação entre as irmãs continuou a deteriorar-se após os dois incidentes. Em 1975, aconteceria algo que faria com que elas deixassem de se falar definitivamente: segundo Joan, Olivia não a convidou para um serviço memorial em homenagem a sua mãe, que havia morrido recentemente. Mais tarde, Olivia afirmou que tentou comunicar a Joan, mas ela se encontrava muito ocupado para atendê-la.

Charles Higham também diz que Joan tem um relacionamento distante com suas próprias filhas, talvez porque tenha descoberto que elas estavam mantendo um relacionamento secreto com a tia Olivia.

Ainda hoje as irmãs se recusam a comentar publicamente sobre a sua rivalidade e relacionamento familiar, apesar de Fontaine ter comentado em uma entrevista que muitos boatos a respeito das irmãs surgiram dos "cães de publicidade" do estúdio.

Relacionamentos
De Havilland e Errol Flynn era conhecido como um dos mais emocionantes de Hollywood casais na tela, aparecendo em oito filmes juntos, mas contrariamente aos rumores picantes, nunca foi ligado romanticamente. Os filmes em que co-estrelou incluiam Capitão Blood (1935), A Carga da Brigada Ligeira (1936), As Aventuras de Robin Hood e Multidão Four é um (1938), Dodge City e The Private Lives de Elizabeth e Essex (1939 ), Santa Fe Trail (1940) e que morreram com as botas (1941).

Em uma entrevista com Gregory Speck, de Havilland declarou: "Ele não adivinhou que eu tinha uma queda por ele. E não quer ficar melhor. Na verdade, eu li em alguma coisa que ele escreveu que ele estava apaixonado por mim quando nós O feito Carga da Brigada Ligeira do ano seguinte, em 1936. Fiquei surpreso ao ler que, por isso nunca me ocorreu que ele estava apaixonado por mim também, mesmo que nós fizemos todas as fotos juntas. " No entanto, numa entrevista citada no Turner Classic Movies [10] de Havilland afirma que ela conhecia a paixão foi recíproca e ainda afirma que Flynn proposta, embora de Havilland recusou a proposta, Flynn foi na altura ainda casado com a atriz Lili Damita.

Casamentos
De Havilland se casoucom o escritor Marcus Goodrich em 1946 e se divorciaram em 1953. Seu filho, Benjamin (nascido em 1949) tornou-se um matemático e um morreu em 1991 após uma longa batalha com linfoma de Hodgkin. Ela foi casada com o jornalista francês e Paris Match editor Pierre Galante entre 1955 até 1979. Sua filha, Giselle (que mais tarde tornou-se um jornalista) nasceu em Julho de 1956, quando foi de 40 de Havilland. [11] Após o divórcio, de Havilland e Galante permaneceu em boas condições, e ela cuidou dele com sua doença (câncer de pulmão), em Paris, que foi o motivo declarado para a ausência do seu 70 º aniversário do Oscar em 1998.




De Havilland hoje
De Havilland era bons amigos com Bette Davis, com quem jogou no Hush Hush ..., Sweet Charlotte, em 1964, e ela manteve-se um amigo próximo de Gloria Stuart. Em abril de 2008, frequentou o Los Angeles funeral de Charlton Heston. Em 2008, ela era um convidado surpresa no Tributo ao Centenário de Bette Davis.

Uma residente de Paris desde 1950, de Havilland raramente faz aparições públicas. De acordo com John Lichfield em 14 de julho de 2009 entrevista publicada no The Independent, ela está trabalhando em uma autobiografia e esperava ter um primeiro projecto até Setembro de 2009 [13].

Ela apareceu como uma apresentadora na 75 ª Annual Academy Awards em 2003. Em junho de 2006, ela fez aparições em tributos para o seu 90 º aniversário na Academy of Motion Pictures Arts & Sciences e do Los Angeles County Museum de Arte. Em 2004, Turner Classic Movies juntos uma peça chamada Melanie retrospectivo em que se lembra de Havilland foi entrevistada para o 65 º aniversário do lançamento original Gone with the Wind's. membro do elenco principal último sobrevivente, de Havilland lembrar cada detalhe de seu casting, bem como a filmagem. O documentário de 40 minutos pode ser visto na Gone with the Wind edição de quatro discos Special Collector's.

Em 2008, aos 92 anos, De Havilland foi agraciada pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush com a Medalha nacional das artes. No ano seguinte (2009), narrou o documentário I Remember Better When I Paint.

Sua estrela na Calçada da Fama de Hollywood está localizada em 6764 Hollywood Boulevard
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